quinta-feira, 6 de novembro de 2008


DO NORTE AO SUL, TERRITÓRIO DOS COLEIROS.A carinha pode ser séria, mas ele é um bom sujeito. Não tira o terno nem quando fica à vontade em sua casa, ao lado da companheira que, por sinal, é daquelas bem ciumentas.
VESTIMENTA SÓBRIANão se pode dizer que o forte do Coleirinha seja seu colorido. Sua plumagem é praticamente branca e preta com leves tons de cinza esverdeado no dorso, cauda e em algumas penas das asas. A carinha, fronte, nuca e abaixo da gola aparecem em preto, assim como os pés e a íris. O bico contrasta com a sobriedade de tons, destacando o amarelo esverdeado.As fêmeas, por sua vez, possuem uma coloração mais mortiça, num cinza azeitonado e com o ventre branco. Os filhotes, até atingirem a idade adulta, são muito parecidos com elas. Foi aqui que nasceu a expressão "coleiro virado": é o Coleirinha macho cuja plumagem está se modificando, adquirindo o colar preto. Para um filhote macho virar Coleiro definitivamente é preciso um ano de idade.O curioso desta espécie é que, apesar de bastante popular, ainda há dúvidas quanto à sua classificação. Além do caerulescens, também são considerados Coleiros o Sporophila c. hellmayr, com peito amarelo ao invés de branco e cinzento esverdeado nas partes superiores. Esta variedade é mais comum no Brasil Central.Outros passeriformes que não apresentam coleira estão enquadrados no grupo, como o Sporophila ardesiaca, cujo peito é branco e a cabeça e o pescoço cinzento-escuros, o que lhe confere o formato de uma carapuça. Ele é mais comum na região de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Outro que integra o bando é o Sporophila nigricolis, de um cinza-esverdeado nas costas e na carapuça e amarelo no peito, um filho legítimo do Brasil Central, Norte e Nordeste. Por fim, o Sporophila albogulars, de origem nordestina e com a garganta toda branca e pequeno espelho (manchas brancas) nas asas.
LINHA DURA COM OS COLEGASUm bom macho de Coleirinha é conhecido pelo canto, bastante agradável aos ouvidos humanos. Esse canto só não é bem-vindo por outro macho na época da reprodução. Nesta época eles deixam de andar em bandos e marcam seu território com a precisão de um bom latifundiário deixando ficar no pedaço apenas a patroa. Quando outro macho adentra seus domínios, o Coleirinha sai para enfrentá-lo e expulsá-lo. Algumas vezes acontecem brigas, mas não é comum que um dos pássaros saia machucado, pois eles se respeitam.A mesma regra vale para uma fêmea. Só que com uma diferença: se uma fêmea invade o território de um macho, a sua companheira é que se encarregará de expulsá-la. Será que esta cena não lembra um pouco o civilizado cotidiano dos humanos?Sendo um animal de índole pacífica, o Coleirinha adapta-se bem à vida em gaiolas e viveiros. Não fica agitado voando de um lado para outro, não se bate contra as grades e nem se machuca. Ele se limita a cantar, como o Curió e o Azulão, o que faz dele uma isca perfeita para os passarinheiros - caçadores inescrupulosos que o utilizam para atrair outros pássaros e vender no mercado negro.
CARACTERÍSTICAS E CUIDADOSMédia de vida: de 10 a 12 anos, em boas condições. Gaiola: as ideais são o número 3, com 70x40x30cm e onde se acomoda um casal. Como esta espécie costuma fazer seu ninho em arbustos e árvores baixas, aconselha-se usar viveiros arborizados ou colocar areia nas gaiolas comuns e, se possível, algumas folhagens artificiais. O ninho em forma de taça pode ser substituído por um ninho para canário, à venda nas lojas especializadas. Alimentação: sendo um passeriforme granívoro, ou seja, um comedor de sementes, o Coleirinha deve receber alpiste e painço. Na época da reprodução, é bom acrescentar um ovo cozido à sua dieta, além de larvas de Tenébrio. Reprodução: Apesar de ser uma espécie popular, não se conhecem casos de criadores que obtiveram sucesso na reprodução em cativeiro. As fêmeas põem de 2 a 3 ovos, que são chocados durante 13 dias. Após esse período, os filhotes nascem e permanecem no ninho por mais 13 dias.Com 30 a 35 dias, já estão aptos para comer sozinhos

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